sexta-feira, 10 de julho de 2009

Vergonha nacional: Casa onde viveu o Rei do Forró pode desabar a qualquer momento


A casa onde o cantor e compositor Luiz Gonzaga (1912-1989) viveu em Exu, município do sertão pernambucano, a 613 km de Recife, corre risco de desabar por falta de manutenção.
O espaço onde fica a casa, palcos para apresentações e lanchonete, que é conhecido como Parque Aza Branca, foi comprado pelo músico, chamado de "rei do baião", na década de 1970.
Após sua morte, o local foi transformado em um memorial com objetos pessoais do artista --como sanfonas, fotos, armas e trajes de cangaceiro que ele colecionava--, além dos mausoléus dele, da mulher e dos pais.
A administração da casa é hoje feita pela ONG Parque Aza Branca, que adquiriu a maior parte da propriedade. O dinheiro para manutenção provém dos visitantes, que pagam R$ 2 pela entrada. Em janeiro, julho e dezembro, o parque recebe entre 1.500 e 2.000 pessoas por mês, mas nos outros períodos do ano as visitas são mais esporádicas.
O dinheiro arrecadado é insuficiente para cobrir as despesas do local, segundo uma das administradoras, Clemilce Parente. Ela diz que no ano passado precisou negociar uma dívida de R$ 5.000 com a Compesa (Companhia de Abastecimento de Água de Pernambuco) e que, desde então, por contenção de despesas, só é utilizada a água coletada em chuvas.
Para Parente, no entanto, um dos problemas mais graves é a deterioração da casa onde Luiz Gonzaga morou. Há vários pontos de infiltração e os cupins estragaram o forro e parte do suporte do telhado. Há risco de desabamento.
"Precisamos de pelo menos oito funcionários para manter o lugar em ordem, mas não temos orçamento para isso", diz.
A diretora de preservação cultural da Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco), Célia Campos, afirmou que o estudo para tombamento do Parque Aza Branca está adiantado e deve seguir para o Conselho Estadual em agosto --mês em que a morte de Luiz Gonzaga completa 20 anos.
Campos afirmou ainda que há uma visita técnica ao local programada para a próxima semana. "O bem é particular, mas mesmo assim vamos tentar reunir o montante necessário para as reformas emergenciais", disse.

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